23/03/2017 | 15:11h
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O artista plástico leva quase 20 obras inéditas à Sala Amaury Menezes |
Entram em cartaz quase 20 obras inéditas, das quais seis desenhos de grandes dimensões, outras em pequenos e médios formatos, além de uma série com trabalhos mais arquitetônicos. A mostra ainda quebra um período de quase três anos em que ele, um dos representantes mais bem conceituados da arte contemporânea do Estado, não abria uma exposição em um museu em Goiânia – a última havia sido no final de agosto de 2014 no Centro Cultural Oscar Niemeyer.
Também será a primeira mostra do artista na carreira no MAG. O curioso é que o museu foi o primeiro contato de Solá com o desenho na época da adolescência, quando ele teve aulas de observação e fundamentos do suporte em que produz sua arte. Os motivos, segundo o artista, são vários, entre eles a sua agenda, que é bastante concorrida entre galerias e museus em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. “É sempre assim, primeiro a gente faz fora para aparecer aqui”, pontua.
A preferência de Solá é por poucas mostras em um ano. “Gosto de fazer apresentações pontuais a cada quatro anos, pois acho que esse é o tempo que levo para amadurecer uma ideia, para ter algo que estou a fim de mostrar. Não existem muitas novidades em um curto espaço. Embora ache que tenho remixado meus desenhos o tempo inteiro, quando você olha sabe que é meu. É como se fosse um disco que vem sendo remixado e vai sair talvez um show ao vivo”, brinca.
Na fase atual, Solá explora novos formatos e com economia da linguagem. Na tela, coloca o seu olhar poético sobre tudo que está ao seu redor misturado com os signos entrelaçados em meio às tintas amarelas, azuis, vermelhas, laranjas e o preto, que estão mais cleans. “Exploro mais essa questão da energia do desenho, quando aumento o formato, amplia-se todo o meu campo de visão e preciso ver a minha obra de longe e amadurecê-la durante um tempo”, comenta.
Produção
Marcelo Solá prefere fugir do caos da capital para produzir os seus desenhos em seu ateliê que fica em um condomínio de chácaras, em Hidrolândia, a cerca de 35 km de Goiânia. A quietude do campo é uma mão na roda para a sua criação. O trabalho começa cedo, sempre com o som ligado, com música eletrônica sem vocais, com uma parada obrigatória para ele preparar o almoço – a cozinha é uma das suas outras paixões. A qualquer momento vem a inspiração.
O artista mantém por perto um caderno de anotações à mão onde reúne frases e traços que nascem durante suas viagens, seja de lazer ou a trabalho. “Depois vou refazendo-os no papel, mas durante o processo de fazer muda tudo porque surgem novas possibilidades, de maneira aleatória e iluminada não sei de onde. Tenho uma série de desenhos com pensamentos mais arquitetônicos que me perseguem a vida inteira e que são prédios que só existem na minha arte”, conta.
Exposição: A Quântica Rara
Artista: Marcelo Solá
Local: Amaury Menezes, no Museu de Arte de Goiânia – Rua 1, Bosque dos Buritis, Setor Oeste
Visitação: Até 6 de maio, de terça a sexta, das 9 às 12 horas e das 13 às 17 horas; sábados, domingos e feriados, das 8 às 18 horas
Entrada franca
Informações: 3524-1196
Fonte: O Popular
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